L.D.R., 35, a marketer in Rio de Janeiro, Brazil

O impacto de uma quarentena em um país sem estabilidade política e social é muito maior. A inegável importância da retirada do Estado na economia se inverte no quadro da pandemia. População, saúde, economia, todos precisam o apoio do Estado. Fica provado que a desestatização ou não alcançou o nível que deveria ou tem erros básicos. Quando se depende de um Estado historicamente negligente e corrupto, nos tempos atuais apoiando um lunático como líder, prova-se também a falha na formação básica da sociedade. A vida em quarentena no Brasil é um desastre à beira de um precipício. Temos muita gente que sabe demais mas pouca solução aplicada. Não há segurança na educação, na saúde, na economia e há excesso de elitismo e superficialidade. O cenário é desencorajador na quarentena e pior para o pós. Famílias sem emprego, empresários falidos, violência e corrupção como opção de renda em todas as classes. A vida em quarentena no Brasil são férias antes de suicídio coletivo. Pessoalmente todos os meus planos estão parados. Muitos estão como eu pegando seus dinheiros e deixando em reservas com melhor liquidez, para urgência de uso. Entende-se que no primeiro dia de final da quarentena, que não se sabe quando, abrirá uma porteira com bois desesperados num pasto seco. A sensação da quarentena no Brasil é menos pela doença, que é contornada com bom senso e higiene. O pior não é a doença, mas a recuperação (ou não).

[submitted on 5/19/2020]

Life in Quarantine: Witnessing Global Pandemic is an initiative sponsored by the Poetic Media Lab and the Center for Spatial and Textual Analysis at Stanford University.

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