M.H., 41, a businessman in Rio de Janeiro, Brazil

Apesar de ser brasileiro e estar no Rio de Janeiro, moro nos EUA. Estava passando um período no Brasil, quando surgiu o COVID-19 e por motivos familiares, decidi com minha esposa, permanecer com nosso filho de 1 ano e 4 meses no Brasil.

No dia 15 de Março, depois de passar o final de semana no interior de Minas com amigos, voltamos para o RJ, com objetivo de aproveitar nossas duas últimas semanas de Brasil antes de voltar para os EUA.

Segunda dia 16 de Março ainda vou ao escritório que minha empresa tem no RJ, quando a realidade cai na nossa cabeça e resolvemos fechar o escritório por uma semana, para saber o que vai acontecer.

Pois bem, do dia 16 de Março até hoje, dia 7 de Maio, não saí de casa apenas para ir na portaria do meu prédio buscar comidas e/ou remédios, nunca saindo do prédio para a rua.

Minha esposa e meu filho não passaram da porta de casa para a rua nesse período, inclusive meu filho começou a andar no primeiro dia de quarentena, e ainda não sabe o que é andar na rua.

A primeira semana é a mais fácil, pois fica parecendo um período de férias com alguns cuidados e obrigações, mas aos poucos a realidade vai aparecendo e nos sentimos num filme de ficção cientifica, que sempre achamos que nunca aconteceria.

Adaptações foram feitas, nesse período teve aniversário do meu pai, da minha irmã, da minhas sobrinha, páscoa… tudo feito virtualmente e cada dia que passa com a sensação de que nunca voltará ao normal.

Estamos numa eterna vida virtual, onde os contatos pessoais se resumem 3 pessoas (eu, minha mulher e meu filho), o que de um lado tem sido fantástico pois estou acompanhando o crescimento dele como nunca teria tido oportunidade, por outro não estou podendo fazer coisas simples como levá-lo ao parquinho para brincar.

Profissionalmente as mudanças não foram muito grandes, até agora, pois já trabalhava em muitos momentos no Home Office, mas ver situação de alguns clientes que nunca imaginaria em desespero é mais um alerta de que nunca somos imunes a nada.

Na vida pessoal existe um desgaste um pouco maior, natural de 24hs trancados dentro de uma mesma casa com uma criança que está descobrindo o mundo sem poder conhecer o mundo, mas que sempre respiramos fundo e lembramos que somos privilegiados principalmente por estarmos com saúde.

Agora é a incerteza do dia de amanhã, de saber como ficará o mundo lá fora, quando realmente pudermos sair de casa.

Talvez esse pisar na rua venha com a mesma expectativa do primeiro pisar do homem na lua…

[submitted on 5/7/2020]

Life in Quarantine: Witnessing Global Pandemic is an initiative sponsored by the Poetic Media Lab and the Center for Spatial and Textual Analysis at Stanford University.

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