P.M., 59, an architect in Rio de Janeiro, Brazil

Covidianas No. 19 de P.M.

1-Quando a Primavera chegar

2-Quando alguem a vacina inventar

3-Quando Moro sair

4-Quando Moro voltar

5-Quando Mandetta mandar

6-Quando Barroso julgar

7-Quando o assassino de Marielle aparecer

8-Quando o mandante de Adelio aparecer

9-Quando Maia for honesto

10-Quando a economia abrir

11-Quando não forem preciso máscaras

12-Quando alguém nos salvar

13-Quando eu puder surfar

14-Quando eu puder trabalhar

15-Quando o dinheiro acabar

16-Quando o Petróleo acabar

17- Quando o sorriso voltar

18-Quando o abraço abraçar

19-Quando esta porra acabar!!!!

A situação é de muita incerteza e impotência. Para mim trabalhar home office não é problema, já fiz isso antes. Fiz uma poesia acima meio sarcástica que expressa o que sinto. Você pode fazer tudo mas se fizer coloca a sua vida em risco e principalmente dos mais velhos, então se você for responsável e cumpridor dos seus deveres você fica em casa e não faz nada. Lembro da frase de Roger Waters: “Hanging on in quiet desperation is the English way” agora estamos aguentando, não tem outro jeito. A mídia nos bombardeia com questões politicas complexas sobre a qual nao temos nenhuma influência da mesma maneira que estivéssemos vendo a copa do mundo. Por outro lado as pessoas estão ficando doentes e os profissionais de saúde assoberbados. Fica aquela sensação de ‘eu era feliz e não sabia’, ‘a vida é bela, só nos resta viver’. Ou então a musica do Milton Nascimento: ‘Maria , Maria, não vive, apenas aguenta’. A verdade é que na situação de quarentena se perde o equilíbrio, todo mundo gosta de ter tempo livre mas a impossibilidade de sair de casa limita muito as opções. A vida não acontece dentro de casa, a comunicação se zap é falha. Claro que em diversos momentos da história houveram situações piores. Mas o inimigo é invisível, a perspectiva de terminar é incerta. Lembra a era da incerteza de Tofler, mas já estávamos na vida liquida de Baumann, estamos fazendo preparação para a vida em estação estelar? estamos caminhando para uma nova ordem mundial? é o admirável mundo novo de Huxley , é o 1984 de Orwell? seguiremos o destino dos dinossauros? aprenderemos a viver em paz como irmãos e com a natureza? aprenderemos que somos a poeira da poeira de um pálido ponto azul, que é a nossa nave mãe e que além dela não temos para onde ir? Nossa maneira de viver vai se embora para sempre? são questões , questões e mais questões. Resposta? Só o tempo dirá. Quem acredita em ciência sabe que não podemos dar respostas durante o experimento. Mas se esperarmos para descobrir o que está acontecendo poderá ser tarde. E se o vírus continuar mudando, mudando, sobreviveremos. Como disse o personagem de Rutger Hauer em Blade Runner. “Soon all those memories will be lost like tears in the rain..”

[submitted on 5/2/2020]

Life in Quarantine: Witnessing Global Pandemic is an initiative sponsored by the Poetic Media Lab and the Center for Spatial and Textual Analysis at Stanford University.

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